Advento: Tempo de expectativa e esperança no novo que está por vir
O tempo do advento, abrindo o novo ano litúrgico, é composto pelas 4 semanas que antecedem a festa do Natal do Senhor. É um tempo marcado pela esperança, alegria e busca de conversão. Se prestarmos atenção, vamos perceber que as leituras bíblicas que nos são propostas nesse tempo nos levam a preparar nosso coração para receber a presença de Deus em nosso meio, Jesus Cristo, a luz que ilumina todo homem. “Preparai o caminho”, dizia João Batista, “ endireitai as veredas…, as colinas serão rebaixadas, todo vale será aplainado” (Lc 3,4-5), anunciava o precursor.
Ao estudarmos o Antigo Testamento, vemos que o povo da antiga aliança não tinha um rei específico visto que, pela aliança selada entre Deus e seu povo, Deus mesmo era seu rei e guia. Com o passar do tempo, Israel não mais se contentou em obedecer aos decretos divinos e exigiu ter, a exemplo dos povos vizinhos, um rei humano que os governasse; inaugurava-se, assim, a monarquia em Israel com Saul, Davi, Salomão e outros à frente do povo. O problema é que, como o grande juiz Samuel já havia predito, esses reis eram suscetíveis a cometer erros, com o tempo, falharam e levaram o povo também a cometer delitos e pecados por meio da idolatria e das alianças políticas firmadas com nações pagãs. Colocaram sua confiança nos homens se afastando progressivamente do Deus verdadeiro, o que os levou a recebeu a paga por suas más escolhas; foram combatidos pelos exércitos inimigos, tiveram seu território invadido, muitos foram mortos e feitos escravos.
Numa época de grande desolação e desespero, guerras e muita violência, fome e injustiças cometidas em todos os lados, época em que o povo já não tinha em que se apoiar, Deus interveio e , por meio dos profetas, suscitou a esperança; prometeu que um novo tempo seria inaugurado, tempo este em que a justiça e a paz seria restaurada, Israel recuperaria sua dignidade e novamente viveria em tranqüilidade servindo a Deus. Era a promessa dos “tempos messiânicos”.
Segundo as Escrituras, esses tempos messiânicos estavam diretamente ligados à figura de um Messias (ungido) que seria enviado por Deus para libertar o povo de toda opressão. Ele seria da descendência de Davi (Is 33,15) e seu reinado seria eterno. Nós, cristãos, acreditamos que esse messias prometido já veio, é Jesus Cristo, o Filho de Deus, enviado pelo Pai para salvar a Humanidade. Jesus Cristo é o nosso salvador, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
Ao vivenciarmos o tempo do Advento, preparação para o Santo Natal, juntamente com a manifestação de Deus em nosso meio (Epifania), celebramos também nossa salvação. Demonstrando seu grande amor por nós, Deus novamente intervém em nosso favor nos tirando do pecado e de tudo aquilo que oprime o ser humano. Por isso, abramos o nosso coração a Deus; deixemo-nos preencher por sua graça de forma a saborear em nossas vidas o grande mistério de um Deus que se solidariza com a humanidade e habita em nosso meio. É tempo de se alegrar pois, como proclama a Liturgia: “Ele está no meio de nós”.
Fonte : Assessoria de Comunicação (Diocese de Piracicaba)